Nos últimos anos, novas modalidades de motores automotivos e demais veículos surgiram e ganharam espaço frente aos tradicionais motores a combustão – que utilizam combustíveis fósseis como fonte de energia – atestando que a mobilidade elétrica não é mais uma tendência, e sim uma realidade que já começa a ser vivenciada em razão de um mundo mais sustentável.
Mas a velocidade com que os motores térmicos serão substituídos por elétricos depende de fatores como investimento, tecnologia, leis e incentivos fiscais e opinião pública sensível à causa (e, principalmente, com poder aquisitivo). Estados Unidos, Europa e mais recentemente a China saíram na frente e o fato de esse grupo ser o mais poluente do planeta não é aleatório.
No Brasil, de acordo com a pesquisa “O Caminho da Descarbonização do Setor Automotivo” da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), os carros elétricos e híbridos podem representar a maioria da frota veicular até 2035 – uma estimativa de 62% dos automóveis 0 km. O levantamento foi realizado em parceria com o Boston Consulting Group (BCG) e apresenta três possíveis cenários para o futuro dos carros no nosso país que veremos a seguir.
POSSÍVEIS CENÁRIOS
– Inercial
Aqui, a transformação viria em ritmo lento e natural, sem metas e sem uma política que incentive a eletrificação. A previsão é de que os atuais 2% dos veículos elétricos leves se tornem 12% em 2030. E, dependendo da continuidade, chegar até 62% em 2035. Assim, totalizando 1,3 milhão de veículos por ano. Nesse cenário, segundo o estudo, os motores a combustão continuariam dominando o mercado pelos próximos 15 anos, enquanto a eletrificação atenderia segmentos específicos.
– Convergência Global
Este se baseia em movimentos de outros países, em que se criariam as condições necessárias para a virada de chave, com investimentos em toda cadeia, evolução tecnológica e adesão dos consumidores aos elétricos, possibilitando um forte investimento em geração de energia limpa para abastecer a frota. Desta forma, é prevista a venda de 2,5 milhões de carros elétricos por aqui.
– Protagonismo de Biocombustível
Nele, o etanol teria destaque assumindo papel estratégico para a descarbonização, mantendo a eletrificação no nível imaginado no primeiro cenário. Porém, é necessária uma grande infraestrutura de produção e distribuição.
ESTRATÉGIAS
A indústria automobilística trabalha para reduzir as emissões de carbono indo de encontro aos limites de emissões cada vez mais rigorosos. Entretanto, o Brasil ainda não apresentou uma estratégia clara para a descarbonização. De acordo com o sócio sênior do BCG Brasil e líder do setor automotivo na América do Sul, Masao Ukon, na indústria automotiva, tecnologias de eletrificação e maior uso de combustíveis sustentáveis já se mostram um caminho sem volta.
As empresas precisam se preparar para o desafio, e mirar as novas oportunidades, investindo em produção, infraestrutura, distribuição, novos modelos de mobilidade e serviços, além da
capacitação dos seus profissionais.
Ainda de acordo com a pesquisa, o Brasil precisa firmar políticas para acelerar a descarbonização e, para atingir essas metas, será necessário investir um valor que pode superar R$150 bilhões. Contudo, em 2021, o Brasil registrou um recorde no mercado de híbridos e elétricos, emplacando 13.899 unidades nos seis primeiros meses – este volume só foi obtido porque a Toyota já oferece no Corolla sedã e o SUV Corolla Cross em versões híbridas e flexíveis. A dupla responde simplesmente por 52% dos veículos eletrificados.
Curtiu saber mais sobre o futuro do setor automotivo aqui no Brasil e no mundo? Você se imagina a curto, médio ou longo prazo adquirindo um carro híbrido ou elétrico? Ainda prefere o modelo movido a etanol? Deixa o seu comentário, vamos curtir muito lê-lo.